sábado, 5 de dezembro de 2009

Comunicação é a solução


Comunicação é a solução

Mesmo com todas as soluções tecnológicas, será que as pessoas estão sabendo se comunicar?

Rita Palladino/Press e Mídia

O século XX e esse início de século XXI tornaram o mundo muito menor com o fenômeno da comunicação de massa. Coisas como rádio e televisão invadiram nossas casas. Novas tecnologias surgiram, primeiro de forma tímida, e depois foram acelerando e não pararam mais. Veio o telex, o fax e, de repente a internet trouxe para as telas dos computadores fatos em tempo real do mundo todo, além de descobertas feitas em outras partes do universo.

São montes de ferramentas tecnológicas facilitando a comunicação, que estão disponíveis para quem quiser (e souber) usá-las. Mas o mau uso dos e-mails, twiters, messengers, skypes etc. não são o maior problema da comunicação. Como já diz o ditado popular, “o buraco é mais em baixo” e a dificuldade reside em algo muito mais básico: educação.

Comunicação é utilizar uma linguagem para dizer algo a alguém, e nisso, muitos estão falhando miseravelmente. O professor de língua portuguesa Leonardo da Silva chama a atenção para esse problema educacional: “As estatísticas oficiais nos dizem que 80% da população é alfabetizada, mas a verdade é que menos de 20% dos brasileiros entende o que lê, demonstrando um total desconhecimento com interpretação básica de texto”, diz ele, complementando que a ferramenta pode existir, mas sem preparo, a comunicação será deficiente.

O professor exemplifica esse problema mencionando memorandos e e-mails solicitando certo trabalho ou uma providência que precisa ser tomada, mas por estarem mal escritos dão margem a interpretações dúbias. “A parte mais difícil é ter certeza de que você está explicando exatamente o que você pensa. É muito fácil esquecer de que o conhecimento que você tem não é o mesmo que a outra pessoa tem. Antes de escrever o e-mail, coloque-se no lugar do outro e pense sobre a melhor forma de explicar aquilo para alguém que não está tão familiarizado com aquele assunto quanto você”.

Para Leonardo também há outros problemas, como as diferenças de linguagem entre gerações, regionalismos etc.: “Imagine um rapaz de uns 18 anos dizendo a uma pessoa de uns 80 que ‘fulano é animal!’. Será que a pessoa entenderá que aquilo é um elogio e não uma ofensa?”

Com isso, ele quer demonstrar que, em se tratando de comunicação, a tecnologia vem em segundo lugar e, às vezes, pode até prejudicar, quando utilizada de modo errado. “A tecnologia por si só não resolve os problemas. Pessoas resolvem os problemas e a tecnologia só está aí para facilitar o processo. As pessoas deveriam ser mais bem preparadas nas escolas. Não basta aprender a usar as regras gramáticas, apesar de isso ser muito necessário. As pessoas precisam aprender a entender o que leem e ouvem. As pessoas precisam ser mais claras quando comunicam suas ideias, e, nisso, nem a mais moderna das tecnologias poderá ajudar”, conclui.


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